domingo, 22 de março de 2015


… tirou o testo e meteu a colher na panela retirando alguns feijões. Provou-os. Estavam cozidos.
Que cheirinho exalava do vapor que daquela saía.

Voltou a colocar o testo, atiçou o lume, pôs mais uma caneca de água na panela de três pernas e tratou de cascar e cortar as batatas, olhar as couves, cortá-las miudinhas e preparar o nassairo para masturar a panela.

Eles quando chegassem haviam de vir esgalgados com ela…

Aproveitou e ainda teve tempo para, enquanto a panela fervia, ir por uma gabela na majadoira do gado e uma baldada ao porco. O gado de bico já tinha a sua conta desde manhã. Só passou pelo ninheiro e recolheu os sete ovos que lá estavam. De caminho agarrou a pedrês e apalpou-a para ver se já tinha posto. Estava lá à porta. Bem que lhe tinha parecido que ela que andava a rondar o ninho… Se ela desse em chocar é que era um regalo. Agora tinha ovos com fartura, galados pelo pedrês, um rico dum animal, pesava para riba de seis quilos. Talvez até estivesse muito perto da meia arroba! Mas a seu tempo as coisas aconteceriam…

Quando chegou à cozinha já as sopas cantavam na panela pedindo um pouco mais de água. Logo remediou o caso. Tirou novamente o testo e com uma caneca, tirou, duma prá outra, três canecadas de água a ferver. Mexeu, provou, temperou com mais um pouco de sal, ajeitou os tiços e… pôs a mesa.

Foi à tábua buscar uma broa que colocou na mesa e deu em varrer a cozinha. Passava com ligeireza o ramo das agulhas verdes sobre a areia espalhada pelo chão!

Pois claro! As tábuas do solho estavam protegidas com areia branca para as poipar e por causa das galinhas que, às vezes, por ali largavam bosteiras aguadas. De vez em quando, trocava a areia por outra mais limpinha que até dava mais vida aquele espaço de reunião da família…

Arquivo do blogue