… A hora estava a
aproximar-se. Estava inquieta. De vez em quando sentia-a mugir duma forma
diferente, languida e quase se adivinhava dolorosamente. Estava sem sombra de
dúvida a aproximar-se o momento. Verdade seja dita que podia ter escolhido uma
hora mais própria. Mas essa escolha não estava ao seu alcance. E também já não
era a primeira vez, nem a segunda! Já lhe tinha feito as camas de seco porque
já notava alguma inquietação nela. Mal comeu… murcha…
Deitada na cama não
lhe saía da cabeça a sua estrela! Era quase tudo o que tinha. Foi a primeira a
que conseguiu chamar sua! As outras foram todas de meias…
Sobressaltou-se
quando ouviu uma berradela mais forte e longa… Mas não se levantou logo. Assim
esteve não soube precisar por quanto tempo, até que veio a si, deu um salto,
enfiou a saia, vestiu o chambre, calçou os tamancos e lá foi até à cozinha onde
acendeu o candeeiro e, munida desta luz, rumou ao curral, situado paredes meias
com a casa da eira. A estrela estava deitada… gemia baixinho. Achegou-se à
majadoira, folgou a soga que lhe prendia os cornos à mesma dando-lhe assim mais
uns centímetros de liberdade à cabeça…
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