terça-feira, 10 de janeiro de 2017

...foi ao sote e trouxe uma cabazada de batatas...

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Não lhe parecia muito bem estar a levar a cabo aqueles dois trabalhos ao mesmo tempo, mas… a vida assim se preparava e havia que aproveitar o tempo. Certo é que, por volta do meio-dia e já com o esterco tirado e amontoado do lado de fora da porta dos currais, junto á parede, lavou as mãos e foi á cozinha.
Mal tinha entrado, deu-lhe logo vontade de chamar a Maria para que se deliciasse com ele com  aquele cheirinho apetecível que se adivinhava viria do forno. Abriu a porta, acendeu uma mão cheia de agulhas para alumiar o forno e soltou um “Ah” de prazer incontido.

Ai que delicia lá estava! Tão amarelinho. Parecia até daquelas pessoas que andavam pela praia, com o corpo ao léu, e se tisnavam todas com o sol ficando com o corpo cor de cenoura. Fechou a porta outra vez e, falando com a mulher, foi ao sote e trouxe uma cabazada de batatas que mandou abrir ao meio e pôr a cozer na panela de três pernas. Com uma saladinha do quintal, com o leitão e aquela panelada de batatas, quando os filhos chegassem arregalar-se-iam ao almoço…

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