quinta-feira, 15 de maio de 2014

Ainda bem que andamos enganados!


Ouviu-se o silvo agudo de uma sirene. Uma viatura de socorro em marcha urgente, para apoio no campo da saúde, emitia aflita o seu avisador sonoro e luminoso para que lhe fosse franqueada a passagem, desimpedido o caminho, até ao seu destino.

Vinha dos lados do Sul o som enervante e aflitivo.

Aproximava-se rapidamente do topo Norte do Concelho mas ninguém diria que era para aquele equipamento de apoio social.

Novo silvo, ainda mais estridente e acutilante, mais agudo e aflito se fez ouvir pouco depois.

Espera… ainda não tiveram tempo de intentar procedimentos de socorro. Algo de muito grave se passará. Mas que será?

Era uma outra viatura que foi solicitada pela primeira para apoio com pessoal especializado, do campo médico…

Valeu a intenção pela prontidão com que responderam ao chamamento.

Já nada puderam fazer por aquele corpo com um século de existência (só menos três anos!).

Quem diria que a vida se esvairia assim tão rapidamente e de modo tão surpreendente e inesperado.

Como pôde uma tão apetecível refeição ser motivo e momento para servir de tampão tão eficaz e de corte rente pondo fim ao caminho de vida terrena de um ser vivente?

Encarando-a de frente no momento da partida, emitia serenidade. Irradiava paz. Como que a pedir silêncio durante a sua descida à origem.

Assim aconteceu.

Nobre e bela a frase pronunciada e audível pelos mais próximos: “ Adeus madrinha! Dê lá, por mim, um abraço a todos que em breve os irei também abraçar” e fez-se novamente silêncio, quebrado somente pelo baque surdo da terra, em pazadas, caindo sobre o esquife…

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