… Os passarinhos piam
constante, continuamente. As pinhas debaixo dos pinheiros são aos montes.
Recostado no banco encostado a um pinheiro, boné na cabeça e pala sobre os
olhos, aguardo serenamente o nascer do dia. Tudo em redor é agradável à vista.
O perfume da natureza embriaga-me os sentidos. O verde carregado quase se
confunde com as cascalhas dos pinheiros cobertas de musgo, do lado norte
destes. Engraçado! Conhecedor de causa, só agora confirmei a verdade que
outrora me tinham relatado. Os musgos nascem e crescem nas cascalhas do lado
virado para norte dos pinheiros mantendo as cascalhas do lado sul na sua cor
natural e limpas. Mas… Voltemos ao que me fez pegar no lápis. Ansioso por
encontrar um pouco de silêncio e paz da natureza, agarrei em mim e fiz-me
eremita mesmo aqui no Pinhal Redondo, por detrás da Baleira da Bruxa. O único
barulho, se é que assim lhe posso chamar, é o marulhar das águas correndo na
Vala do Fojo, que ouço abertamente e o cantar dos passaritos, chilreando
melodiosamente, trinando chamamentos amorosos que entoam, nas redondezas dos
seus ninhos. Se me perguntarem, direi que são estrincapinhões, cias, pardais
(pardais não, pois como os ratos e as doninhas, apenas sabem chiar) mas talvez
piscos, zarelhas ou outro qualquer… não importa. O que importa é que o canto é
melodioso, tremendamente agradável ao ouvido…
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