sábado, 23 de janeiro de 2010

... Estamos sentados no seu quintal, debaixo da trave do telheiro, junto ao poço da bomba e do pio. As árvores começam agora a brolhar, a deixar nascer as primeiras folhas e a anunciar mais uma Primavera. Na nossa frente estende-se uma grande cerca de arame onde passeiam muitas galinhas (pedreses, brancas e amarelas), um galo pedrês, gansos, patos, chinos e coelhos. É aconchegador o som do chilrear da passarada, descontraída saltitando de ramo em ramo do abrunheiro, não ligando á nossa presença. Que agradável sonoridade e música de fundo para a nossa conversa de hoje. Passou uma vida dura! (De quando em vez pára no meio da narração, olha alguns instantes no vazio por si criado e perfeitamente inserido na agradável paisagem que nos rodeia, quase sendo necessário chamá-lo á realidade para continuação da narração). Filho de gente pobre (eu, pessoalmente, gostava de ter conhecido alguns ricos daqueles tempos!), comeu durante toda a já longa vida, o pão que o diabo amassou, como com orgulho afirma! ...

Sem comentários:

Enviar um comentário

Arquivo do blogue