Tenho razões para ser gandarês : Sou neto da "Ti Manca", do "Ti Zé da Domingas", da "Ti Alzira da Reboca"! Forma simples que encontro para com eles dialogar, fazer com que nunca sejam esquecidos, que os meus filhos, amigos e todos os que a este blog se desloquem, deles se lembrem. Deles e doutras personagens a quem me curvo pela sabedoria, pela forma de vida, pela maneira de estar, pela influência que em mim tiveram, pelo sorriso que ainda ostentam nas imagens que os perpetuam no Campo Sagrado.
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
Quem se lembra?
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O espaço situado no interior do “L” invertido, limitado pelo pátio, pelo alpendre e pelos currais (o da vaca ou boi e o do porco), designava-se de estrumeira. Ali eram descarregadas e amontoadas, carradas sucessivas de agulhas que iam sendo pisadas por tudo e todos, gente e animais e que haviam sido encinhadas nos pinhais de inquilinos ou nas matas florestais, muitas vezes durante a noite e “à fugida do guarda”, para ali eram despejadas também as águas contidas nas celhas, previamente, usadas na lavagem dos pés de todos os elementos da família á noite, depois de um árduo dia de trabalho.
Este pisar e constante humedecer, tornava-as quase farinha para depois serem carregadas para as terras, serem misturadas em grandes montes com moliço, agulhas novas e estrume retirado dos currais de bovinos e suínos, camada a camada, montes que finalmente serviriam de cama ás sementes que á terra eram lançadas, batatas, milho, abóboras, (os feijões, requeriam um estrume menos azotado e por isso mesmo eram adubados, na sementeira, com o estrume das galinhas!) e outros cereais.
Sempre que as agulhas da estrumeira começavam a ficar escuras e moídas, era colocada sobre estas uma outra camada, de forma a permitir uma entrada na cozinha com os pés, embora descalços, um pouco mais limpos...
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