quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Quem se lembra?

.../... O espaço situado no interior do “L” invertido, limitado pelo pátio, pelo alpendre e pelos currais (o da vaca ou boi e o do porco), designava-se de estrumeira. Ali eram descarregadas e amontoadas, carradas sucessivas de agulhas que iam sendo pisadas por tudo e todos, gente e animais e que haviam sido encinhadas nos pinhais de inquilinos ou nas matas florestais, muitas vezes durante a noite e “à fugida do guarda”, para ali eram despejadas também as águas contidas nas celhas, previamente, usadas na lavagem dos pés de todos os elementos da família á noite, depois de um árduo dia de trabalho. Este pisar e constante humedecer, tornava-as quase farinha para depois serem carregadas para as terras, serem misturadas em grandes montes com moliço, agulhas novas e estrume retirado dos currais de bovinos e suínos, camada a camada, montes que finalmente serviriam de cama ás sementes que á terra eram lançadas, batatas, milho, abóboras, (os feijões, requeriam um estrume menos azotado e por isso mesmo eram adubados, na sementeira, com o estrume das galinhas!) e outros cereais. Sempre que as agulhas da estrumeira começavam a ficar escuras e moídas, era colocada sobre estas uma outra camada, de forma a permitir uma entrada na cozinha com os pés, embora descalços, um pouco mais limpos...

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