Tenho razões para ser gandarês : Sou neto da "Ti Manca", do "Ti Zé da Domingas", da "Ti Alzira da Reboca"! Forma simples que encontro para com eles dialogar, fazer com que nunca sejam esquecidos, que os meus filhos, amigos e todos os que a este blog se desloquem, deles se lembrem. Deles e doutras personagens a quem me curvo pela sabedoria, pela forma de vida, pela maneira de estar, pela influência que em mim tiveram, pelo sorriso que ainda ostentam nas imagens que os perpetuam no Campo Sagrado.
segunda-feira, 28 de junho de 2010
Actos decentes ...
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Instado a falar de roupas e “coisas” doutros tempos, foi em catadupa que lhe vieram á memória trajes, acontecimentos, histórias, e descrições pormenorizadas de factos reais.
Começou por falar nas patroas, mulheres dos lavradores mais abastados, com alguns teres e haveres (de salientar que a diferença entre ricos/remediados e muito pobres, era de um simples palmo de terra, pertença do próprio), casadas com Homens com dinheiro mas sem título, vestiam saia e blusa de Casteleta, lenço de seda e capoteira de tricotina.
Calçavam meias de algodão com bota preta de calfe.
Usavam ainda uma “bolsa” de Casteleta (mesmo tecido e padrão da saia e blusa) e eventualmente uma sombrinha, para ir à missa ou tomar parte em actos decentes...
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Recordam ainda os contactados que havia mulheres que se vestiam à tricana, traje que, embora não seja muito natural desta zona, aqui apanhou raízes, eventualmente trazido por imigrantes daqui naturais. Era usada pelas Camponesas a Sul de Aveiro a até Norte de Coimbra. Reconhece-se pela saia e xaile, ambos de merino.
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...e começa o Homem de Ovar:
Sete vezes fui casado/
Sete mulheres conheci!/
Graças ao meu S. Tomé,/
Ainda estou como nasci!/
Responde-lhe a mulher, por sinal do Seixo, sem vergonha e com desplante: -
Ó meu rico S. Tomé/
Vinde cá abaixo fazer justiça!/
Ou este Homem está a mentir/
Ou então nasceu se ela(?!)/
Irão, concerteza, surgir oportunidades ao longo da narração, para aqui apresentar outros ditos, em prosa e/ou verso, todos eles de autoria popular.
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Quando é que sai o livro, começo a ficar com agua na boca...
ResponderEliminarGosto do "Sou da Gândara"!
ResponderEliminarÉ um trabalho de qualidade sobre as vivências,tradições os usos e costumes do nosso Seixo,anterior à modernidade, sobretudo.
Já fiz um esforço para identificar o personagem/pessoa contador da história, além do autor/a, mas ainda não consegui.
Valoriza o facto de o autor não fazer leituras obsoletas e impróprias de lutas de classes, entre as famílias da nossa terra, como acontece noutro espaço congénere. Assim seja sempre: de mãos dadas, em entreajuda, e sem ninguém a querer subir na vida, calcando ou desprezando outros.