
…”exe, anda lá anda! Exe!”
E a loira inicia a primeira de inúmeras voltas em redor do poço, subjugada ao cambão pela apiaça e brocha ligada aos cangalhos, de olhos vendados!
Os primeiros alcatruzes do engenho despejam a água que trazem lá do fundo, menos de meio, meio, quase cheio, cheio, cheio… na almace. Começa a surgir água no cavalo e a correr, límpida e constante por entre aquelas carreiras de milho.
“Lavas primeiro essas duas cestadas de agulhas que tirei do curral das vacas e depois desfaz a bosteiras. Quando isso acabar, começa a derreter o barro que está dentro dói saco, junto á saída da água. Não deixes parar a vaca nem deixes de sujar a água, pelo menos até que ela chegue lá ao fundo da terra, porque senão não tenho água para regar e o poço ás onze horas já é para outro”.
Foram as recomendações da mãe que, de pés descalços e enxada ao ombro, se pôs a caminhar lentamente pelo cavalo, pisando o terreno e examinando-o minuciosamente, não fosse ter passado por ali alguma toupeira que fizesse com que a água se perdesse pelo caminho. Ia assim dando consistência aos valados que limitavam o espaço por onde corria a água e calcando o fundo, limitando-lhe a capacidade constante de absorver aquele precioso e necessário líquido para o crescimento constante do milho. Se a água se enfiasse pelos buracos das toupeiras, era certo e sabido que, só muito tarde, quando esta lhe faltasse, daria pelo rombo que a mesma faria no cavalo.
O milho já lhe dava pela cinta. Eram seis horas da manhã e adivinhava-se já um dia quente com céu muito azul e limpo.
...
Sem comentários:
Enviar um comentário