quinta-feira, 4 de novembro de 2010

...bate, bate continuo e cadenciado!

...uns frente aos outros, nos braços, malhos no ar, firmemente seguros nas mãos, e, alternadamente, batiam com as moiras nas espigas fazendo saltar o grão! Paravam só para dar volta á palha, colocando por cima aquela que até ali tinha estado por baixo. Pouco tempo demoravam e voltavam ao bate, bate continuo e cadenciado. Separados grão e palha, esta era de imediato carregada em gabelas para a meda (rolo de palha encostada a um tronco de pinheiro previamente espetada no chão de modo a ficar na vertical, normalmente próximo da cabana onde iriam também ser arrumada a palha do milho e na qual se encontravam já três ou quatro traveses de pasto seco) sobre a qual se ia movendo um homem que tinha por missão calcá-la junto ao pau de forma a unir as pontas onde outrora esteve o grão. Quando a altura era já considerável e não chegavam já á mão, usavam um forcado, (vara de pinho com três ou quatro pontas numa das extremidades) onde se colocavam as paveias de palhas e através do qual elevavam esta até ao homem que se encontrava sobre a meda. Assim apertada ali ficava depositada, arrumada em pouco espaço e resguardada das intempéries, servindo depois para alimentação do gado. Enquanto este trabalho era realizado, outros, normalmente mulheres, juntavam as sementes para um monte no meio da eira e davam inicio á retirada das praganas, limpando assim o cereal. Para o efeito e usando crivos, enchiam-nos e, elevando-os acima da cabeça, deixavam-no cair muito lentamente, permitindo que o vento soprando, levasse consigo o esterco.

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