Tenho razões para ser gandarês : Sou neto da "Ti Manca", do "Ti Zé da Domingas", da "Ti Alzira da Reboca"! Forma simples que encontro para com eles dialogar, fazer com que nunca sejam esquecidos, que os meus filhos, amigos e todos os que a este blog se desloquem, deles se lembrem. Deles e doutras personagens a quem me curvo pela sabedoria, pela forma de vida, pela maneira de estar, pela influência que em mim tiveram, pelo sorriso que ainda ostentam nas imagens que os perpetuam no Campo Sagrado.
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
… e a chuva que caiu veio acelerar...
...todos os trabalhos agrícolas para a época.
Foi á feira a Portomar para comprar as couves altas de que necessitava para plantar junto ao poço na terra do fojo. Já só conseguiu um cento e meio, pois chegou tarde e a feira foi uma grande oportunidade para a venda da planta.
Tudo por causa da chuva que deu!
Mas pronto, atrasou só mais uns dias, cerca de oito, pois Calvão é já no dia dezassete e dará lá um saltinho que também não fica “muito desamão”. Talvez até vá arranjar mais um bocado de terra e assim poderá dispor mais uns pés de couve.
Sentia-se satisfeito por causa do filho estar interessado em lhe seguir os passos. Vejam só que já anda a trocar tempo aos amigos da sua idade, para arrasar as regadeiras das terras e assim ser mais fácil o margido do pasto. Hoje foram para o Alto da Fonte.
“Antonte” andaram nas Moitas Altas para o Urbino, o filho da Claridade.
É bom ver estes rabinhos de gente a imitar os passos dos pais!
Sabe que o trabalho não ficará lá muito bem feito mas também tem consciência de que embora o trabalho de menino seja pouco, quem o enjeitar é louco. Aquilo que eles fazem, fica feito e depois o gado fará o resto.
Mas é claro que a Maria anda sempre ao alto com eles!
Lá vai, na frente, apanhando umas gabelas de milhã e eles depois arrasam as regadeiras atrás dela. Brincam e a brincar, desenvolvem trabalho, acostumam-se ás agruras… Já experimentou pedir-lhes que aproveitassem as monteiradas maiores de milhã, mas eles derretem tudo com as rapetas, caldeiam tudo com a terra e o gado já não a quer assim. O verde agora para o gado é escasso, tem que se aproveitar o que a terra e o tempo dá…
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Gostei sobretudo do uso dos regionalismos que, quanto a mim, nem deveriam aparecer entre aspas. Sugiro-lhe que os adopte sem prurido ou remorsos...
ResponderEliminarParabéns. Abraço.