terça-feira, 21 de junho de 2011

São assim os “Gandarêses”!...

… Sentia-se bem! Travou uma forte luta interior até definitivamente aceitar que estava destinado a viver modestamente. Nada lhe faltava, nem aos seus, mas tinha que controlar continuamente as fontes de receita e dominar-se nos desejos de ir “mais além”, não na realização pessoal, que sempre conseguia, mas naquilo que, ultimamente, já considera supérfluo. Agora tinha a noção exacta de que a sobriedade
em todos os aspectos (humanos, materiais, psicológicos, sociais) devia ser uma constante. Desta certeza e conduta estava já a sentir os efeitos na sua saúde pessoal. Até sorria com mais facilidade e notava que este sorrir, este encarar as coisas mais simplesmente também influía no estado de espírito dos que o rodeavam e que com ele coagiam. Relatou o caso daquele rapaz com quem, atendendo á sua actividade, teve que cruzar destinos. Não quis abrir jogo, tal lhe impunha o segredo profissional embora vontade lhe não faltasse, pois achava-se injustiçado pelas atitudes, mas, passado que foi algum tempo, longo de mais, o sorriso permitiu a aproximação e a abertura ao diálogo. Claro que respeitou os seus princípios mas ouviu da boca do outro aquilo por que tanto ansiava: “tens que me contar os factos que deram origem a que acontecesse o que aconteceu!” Limitou-se a sorrir e disse simplesmente “…gosto muito de ver famílias unidas!” Calou fundo tal afirmação. Tão fundo que, com ar nítido de admiração, respeitaram um breve silêncio que se gerou saindo depois a frase chave: “Por favor, não me digas mais nada! Também gosto e respeito a união de todos os membros de uma família”! São assim os “Gandarêses”!...

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