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Sentou-se ao borralho e pediu ao filho que fosse, atrás da porta, buscar-lhe os tamancos. A Maria estava já a pôr água quente na celha para que lavasse os pés, água que ia tirando, com uma picheira, da panela de ferro, de três pernas, que estava ao lume ao lado da panela das sopas,
Aconchegava-o a paz familiar e a alegria que irradiava dos gritos e brincadeiras dos filhos. Tinham saúde, trabalho, carne no caixão, mulher que idolatrava e terras, suas, em abundancia para trabalhar. A farinha não faltava no escabelo e o forno cozia, religiosamente, aos sábados á noite.
Tinha para si, para dar e para vender! O celeiro estava atapetado com batatas, a caixa cheia de milho, mais de cem arrobas, uns sacos de feijão, raboto e manteiga, galinhas, patos e um ror de lenha rachada, bem acomodada e protegida da chuva para fazer frente á agruras do Inverno.
A estrela e a loira cheias e a caminhar para o resto do tempo. Iriam parir bem dentro do tempo de fartura de pastos adivinhando-se crias sadias e bom leite para levar á leitaria.
Até, por descuido, o barrão tinha coberto e cheio a porquita nova e ela apresentava já uma barriga redondita, sinal de prenhez certa e indicio de mais uns tostões para entrar e com que a Maria iria contar e arrecadar na bonça para garantir o governo… Que dias de fartura se avizinhavam…
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