Não se vêm mais que duas três folhitas de erva, erguidas ao alto e unidas na base, como que agradecendo o dom da viuda que consubstanciam.
Há um cheiro quente e agridoce pelas terras. A tristeza da cor escura do tempo contrapõe-se á alegria do verde, vida que surge!
Ouve-se o canto de ritmo inconstante dos pingos da chuva nas telhas do telhado, sentem-se as primeiras agruras do frio que se adivinha, trazido pelo pelo Inverno que a passos largos se aproxima. Estamos á beira do S. Martinho. As pipas foram já convenientemente rolhadas e mantêm, hermético no seu ventre, o precioso liquido das uvas apanhadas e esmagadas sem dó nem piedade, com alegria e a pés, por homens conscientes e responsáveis…
Nas valas, com o leito oportunamente limpo, escorre revolto e envergonhado, o primeiro fio de água rejeitado pelo pó existente nas terras. Tropeça em tudo o que lhe aparece e tenta levar á frente o que frente é capaz de lhe fazer. Ramos de árvorers caídos, ervas secas, tombadas, ficam agora orientadas para jusante e firmemente agarradas ás encostas dos valados das valas por e para onde estão a ser arrastados. De quando em vez, um raio de sol, amedrontado, faz aparecer a sua ingénua alegria e, misturando-se com as finas particulas de água, dá origem a perfeitos arco iris. Mas o tempo está escuro! Adivinha-se nortada da velha…
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