quinta-feira, 16 de abril de 2015

Foi há já seis anos...


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"Aqui vamos tentar recriar e reviver (um dia no Seixo em dia de feira há 75 anos a traz.) Esta era feita na rua direita do cruzeiro ao largo da igreja velha no dia 4 de cada mês e mais tarde no dia 8.

Recriamos uma ida á fonte e as namoras tão almejadas por rapazes e cachopas!

Fizemos reviver o ceguinho e o cantar das tragédias que ocorreram nos últimos tempos.

Neste frenesim, foram homenageadas pessoas de que muitos já se não lembravam: O Carrau, a ti Aurora da Rola, a Laurinda da bosta, o caldeireiro, o rapaz das pedives, a mulher das esteiras.

Aqui se reviveram cenas quotidianas com o constante passar de carros de gado (com carradas de trancas, de moliço, de sal, de abóboras, de agulhas, e o moleiro a entregar os sacos de farinha para as fornadas de sábado. Esta agitação e movimento constante, do nascer do sol ao toque de trindades, davam vida e cor aos dias dos nossos avos e bisavós.

Reproduzi-mos algumas brincadeiras de criança, fizemos reviver o ceguinho e o cantar das catástrofes que ocorreram nos últimos tempos.

Assistimos à chegada do nosso soldado do Ultramar! Que com sangue suor e lágrimas, se entregou durante vinte e quatro meses, de corpo e  alma, lá longe, muito perto do cabo  das tormentas ou da boa esperança, a defender a Pátria amada. Toda a aldeia viveu o momento e ficou em festa.

Em suma, aqui vivemos com novos e velhos momentos da nossa história e revivemos mais alguns acontecimentos que ficam para próximos capítulos.

Hoje, aqui, “desbulhámos” uma eirada de espigas!

Recriámos uma ida á fonte e a namora tão almejada por rapazes e por cachopas!

Hoje e aqui, fizemos reviver o ceguinho e o cantar das tragédias que ocorreram!

Hoje e aqui fomos confrontados com a força e emoção que a “pinguita” dava ás palavras e como era fácil passar de imediato á acção!

Assistimos á chegada do nosso Soldado do Ultramar!

Verdade seja dita que brincámos e demos muita ênfase ao caricato das saídas para o Brasil e das… Madrinhas de Guerra, mas… recordam-se, com certeza, que a coisa andava por ali…

Em suma, amassámos a farinha e pusemos o fermento!

Estamos agora a aquecer o forno, a lançar achas para a fogueira, não vá a massa azedar, o calor arrefecer, a vontade desvanecer-se!

Até hoje, vivemos já, com mais novos e mais idosos, momentos da nossa história colectiva e revivemos acontecimentos que ficam para próximos capítulos e outros momentos!

Queremos arrancar, tendo por base este trabalho, com outras iniciativas puramente etnográficas e começar a lançar os alicerces do nosso sonho que é …

Recordar, homenagear pessoas de que muitos já não se recordam: “O Carrau”, “a Ti Aurora” com seu burro, a “Larinda da bosta”, o rapaz das “pedives”, o Ti Júlio, o Melão, o Ti Xará, o Ti Abílio, o Nina, a Pila Pata, a Rola Tola, …
A Gândara com vida própria!

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