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"Aqui vamos tentar recriar e reviver (um dia no
Seixo em dia de feira há 75 anos a traz.) Esta era feita na rua direita do
cruzeiro ao largo da igreja velha no dia 4 de cada mês e mais tarde no dia 8.
Recriamos uma ida á fonte e as namoras tão
almejadas por rapazes e cachopas!
Fizemos reviver o ceguinho e o cantar das
tragédias que ocorreram nos últimos tempos.
Neste frenesim, foram homenageadas pessoas de
que muitos já se não lembravam: O Carrau, a ti Aurora da Rola, a Laurinda da
bosta, o caldeireiro, o rapaz das pedives, a mulher das esteiras.
Aqui se reviveram cenas quotidianas com o
constante passar de carros de gado (com carradas de trancas, de moliço, de sal,
de abóboras, de agulhas, e o moleiro a entregar os sacos de farinha para as
fornadas de sábado. Esta agitação e movimento constante, do nascer do sol ao
toque de trindades, davam vida e cor aos dias dos nossos avos e bisavós.
Reproduzi-mos algumas brincadeiras de criança,
fizemos reviver o ceguinho e o cantar das catástrofes que ocorreram nos últimos
tempos.
Assistimos à chegada do nosso soldado do
Ultramar! Que com sangue suor e lágrimas, se entregou durante vinte e quatro
meses, de corpo e alma, lá longe, muito
perto do cabo das tormentas ou da boa
esperança, a defender a Pátria amada. Toda a aldeia viveu o momento e ficou em
festa.
Em suma, aqui vivemos com novos e velhos
momentos da nossa história e revivemos mais alguns acontecimentos que ficam
para próximos capítulos.
Hoje, aqui, “desbulhámos” uma eirada de espigas!
Recriámos uma ida á fonte e a namora tão almejada
por rapazes e por cachopas!
Hoje e aqui, fizemos reviver o ceguinho e o cantar das tragédias que
ocorreram!
Hoje e aqui fomos confrontados com a força e emoção
que a “pinguita” dava ás palavras e como era fácil passar de imediato á acção!
Assistimos á chegada do nosso Soldado do Ultramar!
Verdade seja dita que brincámos e demos muita
ênfase ao caricato das saídas para o Brasil e das… Madrinhas de Guerra, mas…
recordam-se, com certeza, que a coisa andava por ali…
Em suma, amassámos a farinha e pusemos o fermento!
Estamos agora a aquecer o forno, a lançar achas
para a fogueira, não vá a massa azedar, o calor arrefecer, a vontade
desvanecer-se!
Até hoje, vivemos já, com mais novos e mais idosos,
momentos da nossa história colectiva e revivemos acontecimentos que ficam para
próximos capítulos e outros momentos!
Queremos arrancar, tendo por base este trabalho,
com outras iniciativas puramente etnográficas e começar a lançar os alicerces
do nosso sonho que é …
Recordar, homenagear pessoas de que muitos já não
se recordam: “O Carrau”, “a Ti Aurora” com seu burro, a “Larinda da bosta”, o
rapaz das “pedives”, o Ti Júlio, o Melão, o Ti Xará, o Ti Abílio, o Nina, a
Pila Pata, a Rola Tola, …
A Gândara com vida própria!
A Gândara com vida própria!
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