terça-feira, 8 de novembro de 2016

... fizeram-nos regressar ao torrão natal com uma mão à frente e outra atrás!

... vi-o ao longe e mal queria acreditar que fosse ele! Quem o viu e quem o vê! Arrastando as pernas, apático, alheio ao que o rodeia, lá vai fazendo o seu passeiozito, à volta da casa e um pouco mais para cada lado desta. Muito lento, de braços caídos, e uma candura de criança na face… Foi quem foi. 
Abalou cedo para as Áfricas com os pais em busca de melhores condições de vida. Por lá andou uns anos e voltou à terra desenlaçar uma cachopa, enleio de seus olhos, um pouco mais nova, mas que, após um curto namoro, lhe disse que sim e... ei-los no altar perante familiares e amigos na presença do Pároco a dizer “sim”.
Ela era um peãozinho a dançar na eira do Ti Manel ao som da concertina do Ti Clarito e do violão do Ti Barrinha, ou mesmo e só ao som do gira-discos… grandes, embora curtas, tardadas ali se passaram…
Pouco depois todos voltaram à terra dos sonhos por concretizar… Ali passaram os melhores anos das suas vidas. Fizeram e criaram três filhos e, embora com vida montada, forças alheias fizeram-nos regressar ao torrão natal com uma mão à frente e outra atrás! Estávamos em 1974…
Com o que puderam trazer e algum apoio conseguido, instalaram-se construindo casa própria e desenvolvendo actividade profissional ligada ao ramo que conhecia.

Criar filhos não é tarefa fácil. E ele fez-se ao mundo acumulando atividades sobre atividades… Numa destas, e uma vez mais, a vida lhe foi madrasta… e porque não há duas sem três, ei-lo doente. 
E é ela quem arregaça as mangas, como sempre soube fazer. Bebe o líquido das fontes da alma, calada, sofrida, mas sempre de rosto sorridente, lá se vai governando e acarinhando o “seu home”: aquele a quem um dia disse um “sim” sentido, sério e apaixonado…

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