... vi-o ao longe e mal queria acreditar que
fosse ele! Quem o viu e quem o vê! Arrastando as pernas, apático, alheio ao que
o rodeia, lá vai fazendo o seu passeiozito, à volta da casa e um pouco mais
para cada lado desta. Muito lento, de braços caídos, e uma candura de criança
na face… Foi quem foi.
Abalou cedo para as Áfricas com os pais em busca de
melhores condições de vida. Por lá andou uns anos e voltou à terra desenlaçar
uma cachopa, enleio de seus olhos, um pouco mais nova, mas que, após um curto
namoro, lhe disse que sim e... ei-los no altar perante familiares e amigos na
presença do Pároco a dizer “sim”.
Ela era um peãozinho a dançar na eira do Ti
Manel ao som da concertina do Ti Clarito e do violão do Ti Barrinha, ou mesmo e
só ao som do gira-discos… grandes, embora curtas, tardadas ali se passaram…
Pouco depois todos voltaram à terra dos
sonhos por concretizar… Ali passaram os melhores anos das suas vidas. Fizeram e
criaram três filhos e, embora com vida montada, forças alheias fizeram-nos
regressar ao torrão natal com uma mão à frente e outra atrás! Estávamos em
1974…
Com o que puderam trazer e algum apoio
conseguido, instalaram-se construindo casa própria e desenvolvendo actividade
profissional ligada ao ramo que conhecia.
Criar filhos não é tarefa fácil. E ele
fez-se ao mundo acumulando atividades sobre atividades… Numa destas, e uma vez
mais, a vida lhe foi madrasta… e porque não há duas sem três, ei-lo doente.
E é
ela quem arregaça as mangas, como sempre soube fazer. Bebe o líquido das fontes
da alma, calada, sofrida, mas sempre de rosto sorridente, lá se vai governando
e acarinhando o “seu home”: aquele a quem um dia disse um “sim” sentido, sério
e apaixonado…
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