
Tenho razões para ser gandarês : Sou neto da "Ti Manca", do "Ti Zé da Domingas", da "Ti Alzira da Reboca"! Forma simples que encontro para com eles dialogar, fazer com que nunca sejam esquecidos, que os meus filhos, amigos e todos os que a este blog se desloquem, deles se lembrem. Deles e doutras personagens a quem me curvo pela sabedoria, pela forma de vida, pela maneira de estar, pela influência que em mim tiveram, pelo sorriso que ainda ostentam nas imagens que os perpetuam no Campo Sagrado.
sexta-feira, 12 de junho de 2009
Outros tempos...
... está o milho com altura bastante e mesmo a pedir para ser desbastado e “achegado” e abertas as regadeiras, pois o verão já se adivinha e, desta terra, terá que sair o sustento para um ano de toda a casa. Uma das caixas leva sessenta alqueires e a outra, embora mais pequena, precisa de quarenta e oito para ficar cheia. O milho está amarelito, queira Deus que não apanhe arejo e tudo se há-de arranjar, pois logo na primeira rega vamos “botar-lhe” o “buano” apropriado e ele dará o salto. Mas, vamos lá abrir as regadeiras.
Primeiro e á frente de todos, arranca alguém a desbastar os pés de milho: torna-se além de útil, necessário fazer uma escolha dos melhores pés de milho, deixá-los ficar e protegê-los, arrancando os mais próximos para que não impeçam ou dificultem o seu crescimento. Assim cada pé de milho terá as condições próximas do ideal para produzir o máximo de espigas e o melhor grão. Temos também que arrancar as ervas daninhas que se encontram próximo do pé de milho: erva vime, castanhol, figueiras do inferno, etc. Nada pode dificultar ou impedir o seu livre, espontâneo e desejado crescimento. De imediato, vamos deitar o “buano” de maneira que possa ser tapado pela terra que vai ser movimentada no “achegar o milho”.
No trabalho de realizar as regadeiras, é preciso ter cuidado para que a enxada nem corte as raízes do milho, nem o moleste demasiado, colocando-lhe, no entanto, a terra junto do pé para lhe garantir mais segurança no crescimento e depois suportar melhor quer os ventos, quer o peso da palha e das espigas, que se espera e deseja que sejam muitas e graúdas…
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