segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

... Nasceu na Cova do Baltazar, ou Sardas como alguns ousam também chamar ao local! Quando nasceu, não teve berço de ouro, prata nem de cobre para o receber. Nasceu em casa! Uma casa que de Gandaresa só tinha o nome e alguma semelhança na forma ou feitio em “L” invertido. Paredes de adobe por rebocar, sem portas interiores nem outro chão que não fosse a terra batida. As divisões, em tamanho, mais pareciam casas de bonecas, inacabadas, despidas de adornos, paredes grosseiras. Mesmo relativamente ao tamanho, era pequena: uma sala, pátio e casa de arrumação, faziam frente com a rua que lhe dava acesso. Pegada á sala, a sul desta, um quarto, depois uma cozinha, depois um curral para a vaca e por fim um curral, de menores dimensões, para o porquito e a cerca para as galinhas. (Ah, havia ainda uma cerca, na frente do curral do porco, feita com varas de pinheiro, para soltar o animal em dias solarengos, para este enrijar e ver a luz do dia.) Existia também um corredor de reduzidas dimensões, tanto na largura como no comprimento, que ligava a sala, passava na frente do quarto e terminava na cozinha (as posses não permitiram a construção da sala de jantar, divisão que deveria situar-se entre o quarto e a cozinha). Imediatamente a seguir á parede exterior da cozinha e corredor, havia um pequeno alpendre, formado por dois pilares de madeira espetados no chão, sobre os quais foi colocada uma trave que por sua vez servia de suporte aos barrotes que fazia o prolongamento do telhado da casa, protegendo assim as portas e janelas (do corredor e cozinha) e impedia que do interior da habitação se saísse directamente para a estrumeira...

1 comentário:

  1. Gostava de o ver a falar também do Seixo presente. Também gosto de ver as "ténues lembranças"

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