sábado, 15 de maio de 2010

.../... o que quer dizer que ninguém entrou nem saiu daquele lugar com ele lá dentro! O relógio não parou… não sabe ao certo por quanto tempo esteve na Capela sozinho (?!). Repentinamente, alguém abriu a porta que, ao rodar no eixo da dobradiça, produziu um ruído semelhante ao de rato a chiar. Era uma enfermeira, mas não a mesma que lhe havia dito “quando houver novidades, eu mesma lhas virei dar”. Com bata verde, luvas e máscara, fez-lhe sinal para que a seguisse. Teve um pressentimento que quase o levou á loucura. Seria possível? Estaria para receber alguma notícia relacionada com os pensamentos agoirentos que nessa tarde o haviam afligido? Quase como um autómato, sem vontade, a medo, vagarosamente seguiu a figura até á sala por onde lhe levaram a Maria. Ali o mandaram esperar um pouco. Ainda tentou o diálogo, mas não obteve qualquer palavra. Passado um minuto, que lhe pareceu uma eternidade, apareceu-lhe então a tal Senhora vestida de branco, algo idosa, que trazia ao colo e embrulhado em algo que parecia um lençol, um bebé! Pequenino e muito arroxeado (sianuzado?)! Colocou-lho ao colo e disse-lhe: agora já parece estar tudo bem! Ainda com o filho nos braços, com as lágrimas a cair, interrogou a enfermeira com ansiedade e com os olhos marejados. Agora já está tudo bem, foi a resposta que obteve! E levou o bebé pela mesma porta por onde o trouxe! Ficou ali parado alguns minutos chegando mesmo a encostar o ouvido á porta para tentar ouvir alguma coisa! Baldado o esforço! Lembrou-se repentinamente e arrancou quase a correr para o espaço onde esteve durante todo o tempo desde que deixou a Maria. Ali chegado, caiu deliberada e voluntariamente aos pés daquele que na cruz havia sido Crucificado! Baixou os olhos e… soluçou em silêncio! Entrou nele e decifrou o significado das palavras da...

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