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O Homem que comprava e vendia gado (normalmente bovinos), quer nos currais dos lavradores, quer nas feiras de Portomar, Cantanhede, Vista Alegre, Calvão, Camarneira, tinha os seus criadores (Homens e mulheres sem posses para comprarem os animais mas que se prontificavam a tratá-los por sua conta, a troco do dinheiro do leite que o mesmo produzisse, do valor de “ meia-cria”, de metade do lucro que o mesmo desse depois na venda). O gado era comprado pelo negociante nas feiras ou currais. A este gado era atribuído um valor quando ele era colocado em casa do agricultor. Os lucros eram a meias e as percas** , eram pagas pelo tratador!) A este “ trato” se chamava “ ter gado a meias!” Em termos actuais poder-se-á dizer que esta era uma forma de ter dinheiro a juros, sem usar as Instituições Bancárias nem pagar impostos pelo facto.
Costumava levar grandes quantidades de gado “ à soga” (corda amarrada aos cornos dos bichos, sendo estes adultos,) ou com “cabresto” (conjunto de nós feitos numa extremidade da corda que permitiam que esta fosse aplicada na cabeça dos animais, passando uma argola pelo focinho e outra por detrás das orelhas do mesmo, apertando depois sob uma das orelhas e impedindo que esta escapasse e o animal ficasse em liberdade) de casa para as feiras (muitas das vezes, era o tratador que apresentava o gado na feira mas era o negociante quem tratava do negócio, sendo o tratador simples assistente ou um garante para o caso do comprador querer garantias das qualidades do animal.
O gado era comprado e vendido “ à fiança ”: (consignação) Caso comesse mal, marrasse ou não trabalhasse convenientemente ao carro, voltava para o anterior dono!
Nesta actividade de compra e venda de gado...
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