Tenho razões para ser gandarês : Sou neto da "Ti Manca", do "Ti Zé da Domingas", da "Ti Alzira da Reboca"! Forma simples que encontro para com eles dialogar, fazer com que nunca sejam esquecidos, que os meus filhos, amigos e todos os que a este blog se desloquem, deles se lembrem. Deles e doutras personagens a quem me curvo pela sabedoria, pela forma de vida, pela maneira de estar, pela influência que em mim tiveram, pelo sorriso que ainda ostentam nas imagens que os perpetuam no Campo Sagrado.
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
Lá calhou! Teve que vir de rapola!
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Instrumento que nunca abandonava o moinho era o picão para avivar as moentes e jazentes.
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As cachopas eram danadas para se assear e ir á festa! Combinavam-se e vestiam saias de linho, blusas de chita, lenços de cachené, chapéus Gandareses ornamentados com flores, cintas vermelhas, xailes de lã e sombrinhas na mão, também com flores.
Calçavam meias de lã e chinelas de verniz.
Em todo o lado eram conhecidas por Miroas, ou mulheres de Mira: - Um tudo-nada feias mas altas e esbeltas, capazes de por “a cabeça dum home. ás avessas”. E “atão cando aqueles raios s’alembravam de não ligar, era vê-las vir, muito juntinhas e agente de rapola atrás delas c’ma cordeiros”.
Só lhe aconteceu uma vez. Chegou atrasado á festa das cabeças e já não arranjou par para vir: Foi a festa mais triste que teve, mesmo sendo aquele que maior cabeça de nabo arranjou, … se calhar foi por isso que perdeu tempo!
Falou de homens mais abastados que os restantes, os lavradores com teres, vestiam-se de forma diferente para ir às feiras, ou à Vila pagar o “serviço braçal”. Ao Domingo também assim se vestiam, bem como nas adiafas para se distinguir dos restantes (Adiafas era a “festa” realizada por se concluir um determinado trabalho. Por ser um “alívio” e haver a certeza de mais um dever cumprido, comunicava-se a alegria pelo facto, “desferrando” todo o “rancho” um pouco mais cedo. O Patrão oferecia um “copo”, café e, às vezes, filhós e falocas. Poderia haver também uma “pinga dela”, havendo ainda cantares ao som da gaita de beiços.
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As sementeiras, mondas e ceifas de arroz era trabalho realizado habitualmente por mulheres, que se agrupavam em grandes ranchos nos alagamentos do Chão Velho, Ribeiros e/ou Palhais.
Eram fácil encontrá-las também nas ceifas da cevada, trigo e/ou centeio nos terrenos dos foros (culturas de sequeiro).
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