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Instrumento que nunca abandonava o moinho era o picão para avivar as moentes e jazentes.
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As cachopas eram danadas para se assear e ir á festa! Combinavam-se e vestiam saias de linho, blusas de chita, lenços de cachené, chapéus Gandareses ornamentados com flores, cintas vermelhas, xailes de lã e sombrinhas na mão, também com flores.
Calçavam meias de lã e chinelas de verniz.
Em todo o lado eram conhecidas por Miroas, ou mulheres de Mira: - Um tudo-nada feias mas altas e esbeltas, capazes de por “
a cabeça dum home. ás avessas”. E “
atão cando aqueles raios s’alembravam de não ligar, era vê-las vir, muito juntinhas e agente de rapola atrás delas c’ma cordeiros”.
Só lhe aconteceu uma vez. Chegou atrasado á festa das cabeças e já não arranjou par para vir: Foi a festa mais triste que teve, mesmo sendo aquele que maior cabeça de nabo arranjou, … se calhar foi por isso que perdeu tempo!
Falou de homens mais abastados que os restantes, os lavradores com teres, vestiam-se de forma diferente para ir às feiras, ou à Vila pagar o “serviço braçal”. Ao Domingo também assim se vestiam, bem como nas adiafas para se distinguir dos restantes (Adiafas era a “festa” realizada por se concluir um determinado trabalho. Por ser um “alívio” e haver a certeza de mais um dever cumprido, comunicava-se a alegria pelo facto, “desferrando” todo o “rancho” um pouco mais cedo. O Patrão oferecia um “copo”, café e, às vezes, filhós e falocas. Poderia haver também uma “pinga dela”, havendo ainda cantares ao som da gaita de beiços.
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As sementeiras, mondas e ceifas de arroz era trabalho realizado habitualmente por mulheres, que se agrupavam em grandes ranchos nos alagamentos do Chão Velho, Ribeiros e/ou Palhais.
Eram fácil encontrá-las também nas ceifas da cevada, trigo e/ou centeio nos terrenos dos foros (culturas de sequeiro).
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