quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Tudo lembra no seu tempo,

Trabalharam que nem galegos de sol a sol, fizeram a empreitada e agora iam concretizar o combinado: ir á praia com a família! Eles, as mulheres e os filhos. Levantaram-se cedo. Foi preciso atiçar o lume pondo-lhe mais uns tiços para acabar de cozer a merenda que iriam degustar na praia e arranjar depois tudo o resto. Enquanto a Maria e filhos faziam estes preparativos, o Manuel foi para os currais dar as voltas: tirar o leite á loira, cortar uma abóbora e pô-la na pia dos porcos, pôr uns grafados de pasto ao outro gado, tirar os ovos e dar milho às galinhas. Havia ainda de apanhar um grafadito de couves para os coelhos e galinhas. Ficava assim o gado tratado até ao anoitecer, altura em que contavam já estar em casa. Já tenho tudo pronto, disse a Maria assomando á porta da cozinha. Os garotos num frenesim diabólico, tinham já vestido os calções, calçado os chinelos e não haveria nada que os fizesse parar. Pouco depois apareceu o Manel vindo já da leitaria onde tinha ido entregar o leite que a loira tinha dado nessa manhã Oito litros e um quarto. Dirigiu-se ao poço da bomba (sim porque no quintal havia um outro, bem maior, onde tinha um engenho para regar a horta) lavou o lato e colocou-o de fundo para o ar com a tampa em cima. Depois, pendurou um espelho na rabela da bomba, ensaboou a cara e, pegando na navalha que sempre ali tinha á mão, habilmente, desfez a barba. Lavou a cara e a cabeça, tirou a camisa e passou uma água pelo peito e limpou-se á toalha que um dos filhos ali lhe tinha ido colocar. Também não queria perder tempo, queria aproveitá-lo para falar com o compadre pelo caminho e, na praia, para brincar com os filhos, deixando a Maria descansar um pouco mais. ...

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