quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Depois de apanhar aquela "marja"...

... de pasto de alto a baixo, iria cavar o "nassairo" para lá descarregar o esterco, distanciando bem as carradas de modo que, quando fosse para semear, ele estivesse logo ali á mão para encher o cesto e levar para o corte das batatas, que queria semear logo no cedo, para aproveitar algum dinheiro. E que lindos grelos elas tinham já! Durante este monólogo, chegou a filha! Como o carro da vaca não ia á terra para não passar por riba do pasto, fez feixes (estendeu uma corda na marja limpa e sobre esta colocou cinco e seis gabelas de pasto, atando depois as pontas da corda e fazendo com que o pasto se assemelhasse a uma roda) e, pedindo-me para que a ajudasse a colocá-los á cabeça já que a filha não podia fazer forças (peso medonho, diga-se de passagem que teriam talvez mais de oitenta quilos cada um!), lá os carregou e colocou-os em cima do carro da vaca. Sete feixes e a carrada estava feita. Já tinha pasto para dois dias para o gado. Chamaram-me para que as acompanhasse mas, atendendo á hora e á vontade que tinha de passar dali aos foros, disse que não, despedi-me agradecendo a companhia e o diálogo travado. Em jeito de despedida e algo curiosa, interrogou-me: Mas oh filhinho, para que raio queres tu saber isso tudo que me perguntaste? É para contar aos meus netos as amarguras por que passavam as mulheres e mães gandaresas no seu dia a dia de moiras de trabalhos! “Atão tu nem filhos ainda tens”? Sorriu e…lá se foi…

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