terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Eram já oito horas.

Estava preparado o leitão.
Depois de tudo feito, acalmou. Roleirou o forno. Achando que ainda não estava suficientemente quente, pela cor do céu e lar, atirou-lhe mais umas achas para dentro. Enquanto elas ardiam, agarrou numa caneca de esmalte, deitou-lhe dentro uma colher de açúcar amarelo e verteu para a mesma o café que a Maria ali lhe tinha deixado. Sentou-se à mesa, agarrou num naco de broa, que untou com manteiga de porco, e comeu regaladamente. Eram já oito horas. Lançou o olhar ao forno e viu que o céu já estava branco. Roleirou-o novamente e depois, com o rodo, retirou quase todas as brasas para a lareira, mesmo debaixo da boca do forno. Pegou num tijolo burro e, com jeito e maneira, fê-lo deslizar com o roleiro para o fundo do forno de modo a poder apoiar a vara de loureiro sobre o mesmo. Agarrou na vara com o leitão e enfiou-a dentro do forno, a cabeça á frente, indo apoiá-la no tijolo burro que ali havia colocado. Agarrou depois a tampa do forno e colocou-a no sítio ficando assim a vara com o leitão suspensa entre o tijolo burro e a porta do forno.

Agora, com muita atenção, teria que permanecer por ali cerca de meia hora sempre com atenção ao forno. Não podia dali arredar pé não fosse o calor ser muito e, aliado à pouca experiência, vir a estornicar-lhe o animal. 
De pouco em pouco, ia tirando a porta e espreitando para dentro do forno. Assim se passaram cerca de quarenta e cinco minutos. Espreitando uma ultima vez para o forno e verificando que a coisa estava a correr bem, achou oportuno fechar a porta e deixar que o leitão se assasse por inteiro. Assim fez, abandonando a cozinha e dando ordem a dar outras voltas pelo quintal arrumando lenhas, ajuntando as agulhas mais sujas da estrumeira para um monte e enrregando a tirar a curralada aos bois...

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