...
Não lhe parecia muito bem estar a levar a
cabo aqueles dois trabalhos ao mesmo tempo, mas… a vida assim se preparava e
havia que aproveitar o tempo. Certo é que, por volta do meio-dia e já com o
esterco tirado e amontoado do lado de fora da porta dos currais, junto á
parede, lavou as mãos e foi á cozinha.
Mal tinha entrado, deu-lhe logo vontade de
chamar a Maria para que se deliciasse com ele com aquele cheirinho apetecível que se adivinhava
viria do forno. Abriu a porta, acendeu uma mão cheia de agulhas para alumiar o
forno e soltou um “Ah” de prazer incontido.
Ai que
delicia lá estava! Tão amarelinho. Parecia até daquelas pessoas que andavam
pela praia, com o corpo ao léu, e se tisnavam todas com o sol ficando com o
corpo cor de cenoura. Fechou a porta outra vez e, falando com a mulher, foi ao sote e trouxe uma cabazada de batatas que mandou abrir ao meio e
pôr a cozer na panela de três pernas. Com uma saladinha do quintal, com o
leitão e aquela panelada de batatas, quando os filhos chegassem
arregalar-se-iam ao almoço…
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