sábado, 22 de outubro de 2022

Matança. É S. Martinho...

 "… O dia amanhecera chuvoso. Uma morrinha chata, chuva miudinha e constante caía concretizando o molha tolos que todos conhecemos. Tudo estava já a postos. Embora ainda no paito, ao carro haviam já sido tirados os taipais e colocado um fogueiro no último buraco do lado esquerdo (o compadre Albano, matador experiente, é direito!). Já tinha as cordas pró nariz e prás pernas, a tesoura e as telhas prá chamusca, os torrões de adobe pra lavar os pesunhos. As agulhas estavam sequinhas e em monte. Acho até que eram capazes de estar ásperas de mais. O alguidar estava já junto ao borralho, onde ardia uma boa fogueira sob as panelas de três pernas, que estavam cheias de água quente, para levar para a estrumeira e lavar o pescoço ao porco no sítio da facada. A cebola já estava cortada miúda no alguidar das morcelas. Ah, faltava dar um salto ao fundo do quintal e cortar um ramo de loureiro verde para cozer o sarrabulho.

Os convidados estavam já a chegar tendo os homens ido ao curral ver o animal, bicho aí para as onze, doze arrobas. O mata-bicho estava já na mesa do alpendre…"


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